TIPOS DE MAGIA
02 - Magia Cinza
03 - Magia Vermelha
04 - Magia Rora
05 - Magia Azul
06 - Magia Branca
01: A Magia Negra
A magia negra é um poder exercido pelos homens para destruir aquilo que ainda tem direito a subsistir.
Em certas etapas da vida – e de acordo com determinadas leis que regem os homens – estes podem destruir aquilo que já cumpriu sua missão, assim como realizar a matança de animais e as mortes de guerra. Tudo isso, seguindo e aplicando a lei divina dos Dez Mandamentos.
A inversão na aplicação dos Mandamentos caracteriza a magia negra.
Nesta ensinança, comentam-se unicamente os primeiros cinco Mandamentos.
Primeiro Mandamento:
“Não terás outro Deus além de Mim."
Este Mandamento expressa a idéia da Unidade. O mago negro tende a destruir a unidade. Dividir para reinar. Separar os elementos fundamentais para possuí-los e dominá-los.
Segundo Mandamento:
“Não usar o nome de Deus em vão.”
A palavra é Verbo e o Verbo é o poder de vibração dado aos homens e negado às mônadas de desenvolvimento inferior. Deve ser usado para o cumprimento dos mandatos divinos.
O mago negro o utiliza para seus próprios fins com a insinuação, a mentira e o engano.
Terceiro Mandamento:
“Lembra-te de santificar as festas.”
O homem deve utilizar o que Deus lhe deu em sua justa medida. Tem que ocupar as horas e os dias que lhe são necessários para a vida. Ao exceder-se, pratica a magia negra. Toda posse ilimitada, todo esforço unilateral para uma posse é magia negra.
Quarto Mandamento:
“Honrar pai e mãe.”
O pai e a mãe, os mestres, os tutores, dão e entregam continuamente de si. O homem se acostuma a receber continuamente.
A vida que o cerca, e que lhe é dada através da experiência e dos sacrifícios dos antepassados, é um manancial inesgotável para o bem do homem. Mas o ser que se nega a corresponder a estes benefícios, a devolver à vida o que lhe foi dado, sobretudo na imagem das necessidades daqueles que estão mais próximos dele por dependência, rompe a cadeia de retribuição. Pratica magia negra.
Quinto Mandamento:
“Não matar.”
O homem, em realidade, sempre está destruindo algo, isto é, matando. Mas, isto está dentro do carma coletivo da humanidade.
O mago negro é tal porque mata para fins próprios, ainda quando mata algo que cumpriu seu ciclo.
O ódio é a maior das magias negras porque, ainda que não fosse a arma direta usada pelo mago negro, é a arma destruidora da humanidade.
O móvel da magia negra é sempre a soberba desmedida. Almas nobres e puras, que não souberam humilhar-se a seu devido tempo, caíram nesta terrível prática.
O melhor antídoto contra a magia negra é sempre a prática das virtudes negativas.
Observação: Para o Imagick toda a magia que envolve o livre arbítrio de terceiros é considerada negra.
A magia cinza é aquela que quer alcançar o domínio sobre a natureza e, em particular, sobre as plantas.
As plantas encerram grandes e, ainda, desconhecidas propriedades.
Foram os Iniciados etruscos que chegaram a um grande adiantamento no descobrimento das propriedades das plantas. Com o tempo, estes segredos psico-químicos passaram a seus discípulos, os quais instituíram uma ciência da qual derivaram as escolas de medicina romana e de alquimia medieval.
Estes Iniciados adotaram, como veste, um hábito cinza, talvez porque as nuvens cinzas ocultam os segredos do sol e do céu, e eles ocultavam os segredos da natureza.
Os homens, pacientemente, foram descobrindo por si mesmos os segredos da natureza, tão zelosamente escondidos. Um botânico e um químico modernos são, em realidade, hábeis magos cinzas.
A planta é como um grande depósito. Recebe as emanações dos planos sutis e dos planos densos. Seu contato com os raios solares produz não somente a clorofila, mas também outro elemento, sem cor, que poderia ser chamado de eterofila, que é a transformação do éter cósmico.
A natureza tem a propriedade de absorver os raios solares – clorofila – e os raios cósmicos – eterofila – com uma gama de vibrações receptoras diferentes da possuída pelo homem. É uma onda magnética sutilíssima, ultra-etérica – que corresponde aos átomos X2a – a qual, em contato com outra vibração mais densa, raios subinfravermelhos, vitaliza especialmente os vegetais.
Estas ondas, unidas entre si, produzem na natureza a essência da subsistência ou a conservação da vida. São moléculas vivas ou vários elementos de conservação, chamados hoje, vitaminas.
Como contraposição, estas ondas, postas em desarmonia entre si, produzem uma superirritabilidade, elementos tóxicos, que levam à destruição da vida.
Todos os remédios e os venenos são extraídos da linfa das plantas. E a magia cinza consiste em saber extraí-los, devidamente.
A magia cinza se efetua pela transmutação dos elementos químicos integrais, conservando, na medida do possível, o elemento extraído em seu estado fundamental.
Os quatro elementos que efetuam estas transformações são, como sempre, os seguintes:
1° Ar: corresponde à sutilização
2° Água: corresponde à putrefação
3° Fogo: corresponde ao esfriamento
4° Terra: corresponde ao endurecimento
A natureza tem uma vibração completamente diferente da do homem – do homem em seu aspecto racional; por isso é que, em contato com este, ela se retrai constantemente.
As plantas têm quatro vibrações:
1° A mais sutil, a etérea, que se poderia dizer que corresponde ao ar
2° A úmida que corresponde à água
3° A calórica, ou a do fogo, que corresponde ao calor
4° A fria que corresponde a terra
Como o homem não possui estas vibrações espontaneamente, mas somente através da reação cerebral, ao contato com o homem, as plantas imediatamente se fecham a todo contato exterior.
Por exemplo: uma verdura perde magnetismo no simples contato com a mão do homem. Perde, ainda mais, ao ser cortada e assim, sucessivamente, ao ser transportada, lavada, cozida, condimentada e servida. Quando chega à boca, perdeu praticamente toda substância sutil.
Os magos cinzas conheciam estes segredos da natureza. Por isso, identificavam-se com ela através de uma vida completamente natural e simples para alcançar seu domínio.
O sangue é o mais poderoso agente magnético do organismo.
Sua estrutura sutil, composta em sua maior parte de átomos “ultérrimos”, faz dele uma ponte entre as forças orgânicas e as forças astrais. Daí sua enorme importância nos atos mágicos de todos os tempos.
Desde os tempos mais remotos, todo ato em busca do sobrenatural vai acompanhado pelo sacrifício do sangue.
A busca de Deus pelo homem é sempre uma exaltação da natureza humana pela ponte do sangue, em direção ao mais sutil.
As oferendas, delicadas e ternas, de flores e frutos são somente uma introdução à oferenda verdadeira, à imolação sangrenta.
Milhares de vítimas animais sempre foram sacrificadas sobre os altares de todos os tempos e de todas as religiões, e esta oferenda se tornou cada vez mais exigente e poderosa.
Para poder fazer permanente e efetiva a presença do Deus invocado na imagem esculpida, é necessário o sacrifício humano.
O sangue do homem, carregado não somente com as forças magnéticas e etéreas, mas também com as forças pensantes, tem uma ação de permanência mais duradoura.
Testificam-no, principalmente, os sacrifícios astecas.
Mas o homem, insaciável em seu desejo de possuir Deus, chega até ao sacrifício do próprio Deus que adora para conseguir, ele mesmo, transformar-se em Deus, para sentir-se unido a Deus, não só com um laço ideal, mas também com um laço de vida.
No princípio, é o totem sacrificado, depois é o homem escolhido, o homem puro, o melhor entre todos. E, afinal, o homem que encarna a Divindade sobre a Terra.
Não escapou à observação dos magos antigos esta importância primordial do sangue para a obtenção das forças sobrenaturais. Por isso, houve uma infinidade de escolas e seitas que buscaram sua ciência nos elementos astrais captados pelo sangue, até chegarem às mais obscenas e mais baixas manifestações deste poder.
De qualquer forma, o sangue é um depósito sagrado que o homem deve conservar com religiosidade e respeito, e do qual somente as forças superiores podem dispor.
Pratica-se a magia rosa quando se deseja conseguir sensações correspondentes a um estado de evolução já transcendido pelo ser.
A alma que entra na senda experimenta no início, nas práticas espirituais, certo deleite, mas a experiência ensina que não pode deter-se ali, pois o discípulo deverá lançar suas forças sensoriais cada vez mais para o alto, para o cérebro, para a visão espiritual.
Pelas práticas que certos discípulos atualizam – que pretendem repetir em si as sensações alcançadas no início da experiência – aprenderão não somente a fazer subir essas forças interiores, mas a localizá-las no centro sensorial que acreditem conveniente.
A subida do Kundalini desde o plexo coccígeo até o plexo pineal é lenta. O exercitante descobre em um dado momento, ao movimentar essas forças, às vezes por aparente casualidade, o alcance de prazeres que nem havia sonhado.
Se ele se detivesse na repetição desses exercícios, transformar-se-ia em um mago sexual.
Ao longo do caminho interior, a localização destas forças acarretam inconvenientes. Infinidade de perigos se escondem nestas práticas que constantemente devem ser rejeitadas. Milhares de males e perigos se ocultam por trás dos prazeres psíquicos que devem ser repelidos valente e constantemente.
Em realidade, a magia rosa não é aquela que se refere a estes aspectos abomináveis, mas é o uso destes poderes nas mãos de homens expertos e exercitados que a utilizam para o bem da humanidade.
Pela magia rosa, os Mestres criam um ambiente propício à sua Obra. Atraem para si a atenção das pessoas, a simpatia de seus discípulos e o amor daqueles que querem conquistar para Deus.
Houve magos rosas que usaram esse poder retirando-o de outro corpo, sobretudo das plantas e dos animais. Retiravam, por exemplo, os venenos com os quais curavam as enfermidades.
A alopatia moderna é uma perfeita magia rosa. Extrai das plantas os venenos e as essências que, dosificados, curam muitos enfermos. Extraem das seivas animais os hormônios que podem restaurar as forças dos homens.
Os antigos magos são sempre os mestres das grandes ciências modernas.
O homem se vale da magia azul para pôr-se em contato com o além, seja este relativamente próximo, como seriam os defuntos não muito evoluídos, seja com os mais distantes: os antepassados, mestres invisíveis, entidades diretoras, Deus.
Emprega-se esta magia para pedir.
Todos os credos a praticam em formas que diferem entre si, ainda que somente na parte externa. Mas eles costumam ir perdendo o poder interno e há credos que subsistem, ainda havendo perdido praticamente toda essa parte essencial.
Há cinco etapas indispensáveis na magia azul:
1° Penitência.
2° Purificação.
3° Confirmação.
4° Vocalização e
5° Transformação.
1° A penitência consiste em pôr o corpo físico em condições de entrar em contato com a entidade desejada. Efetua-se mediante o jejum e só ingerindo determinados alimentos.
Nas cerimônias religiosas, acontecia muitas vezes que não se dava real cumprimento ao jejum. Representavam-no exteriormente, aparecendo o oficiante como se, em verdade, o houvesse realizado. Aparecia então com semblante emaciado, o que conseguia aplicando cinza no rosto.
Corresponde a esta primeira parte, como elemento, a terra. Pode ser também associada com os ornamentos pretos do ritual romano, que correspondem à missa de defuntos.
Cabe advertir que os espíritas não conseguem pôr-se em contato com altas entidades porque não praticam a indispensável penitência. Quase sempre o conseguem somente com seres de baixíssima evolução.
2° A Purificação. Não basta a limpeza interior. Realizada a penitência, é preciso a limpeza exterior, banhar-se. Isso é lembrado no batismo cristão. Este retira a mancha do pecado original, ou seja, os feitos cármicos que fizeram necessária a reencarnação. Os magos azuis se banham e usam roupa branca de linho. Usam perfumes para atrair as entidades, por ser o perfume uma forma externa de limpeza. Perfumar-se significa purificação.
Nos primeiros séculos do cristianismo, o batismo era efetuado na Páscoa e, durante os oito dias subsequentes, os recém-batizados vestiam uma túnica branca para simbolizar sua pureza. No domingo depois da Páscoa, retiravam-na. Por isso, esse domingo é chamado in albis.
Na Igreja Romana, os ornamentos são brancos no período pascal.
Elemento que corresponde a esta segunda parte: a água.
3° A Confirmação. Poder-se-ia dizer que, até aqui, o mago azul nada fez, senão preparar-se, chegar junto ao altar. Com a confirmação, ascende os degraus. É uma reafirmação da vontade. O sacramento cristão homônimo transforma os confirmados de Cristo em soldados.
Sobem os degraus já pisados por outros, aqueles que antes já se sacrificaram. Confirma-se o que foi realizado por outros. Em todos os altares que simbolizam o Sepulcro há uma relíquia de um mártir. Por isso, a comemoração dos Mártires se realiza com ornamentos vermelhos. Elemento que corresponde a esta parte: o fogo.
4° A Vocalização. Pela vibração, procura-se pôr-se em contato com as altas entidades desejadas. São os mantras, as orações adequadas. Aqui é valorizado tudo o que se relaciona com a oração. Os ornamentos são verdes. O elemento correspondente: o ar.
5° A Transformação. Aqui, o oficiante se une com a Entidade. Externamente, é representado pelo véu com o qual o sacerdote se cobre quando consagra o cálice. No Egito, o sacerdote se retirava a uma câmara oculta ao estar na presença da Alta Entidade; era invisível para os homens. Supõe-se que, recebida a comunicação do Mestre, o sacerdote podia dirigir-se aos homens em seu nome para transmitir-lhes a mensagem. O sacerdote vem a ser o canal do qual os Mestres se servem. Os ornamentos são arroxeados. O elemento é o éter.
Diferentemente da magia azul, a magia branca se realiza sem pedir nada.
Os magos brancos pertencem à Fraternidade Branca que tem a missão de auxiliar a humanidade, qualquer homem, qualquer que seja sua raça, sexo ou credo. Muitas vezes devem lutar com outros magos. Ainda que façam o possível para evitar maiores desgraças, às vezes, seu poder não é suficiente.
Eles são Iniciados do Fogo que se sacrificam e, para ajudar, aproximam-se do plano físico. Às vezes, com físicas vestes. Trabalham diretamente ou através de outros seres.
Atuam quando acontece uma grande desgraça para algum ser, sempre que este, realmente aflito, saiba emitir o chamado, já seja quando esteja em perigo de morte, quando agredido injustamente ou quando perigue sua honra. Se o ser não emite o chamado, é devido a que, em vez de sentir a dor de sua aflição com toda sua intensidade, desvia-a, por exemplo, para sentimentos de vingança, satisfação dos apetites e outros.
A magia branca se realiza necessariamente em cinco etapas:
1° CHEGAR. O mago recebe o chamado e acode direta ou indiretamente.
2° CONQUISTAR. Domina o aflito: capta-o, domina-o, vence-o, compreende-o.
3° AMAR. Se não ama, não realiza sua missão. Tem que sentir um amor puríssimo e deve ser muito capaz de amar, pois tem de amar qualquer necessitado.
4° SACRIFICAR. Porém, não poderá atar-se ao ser amado. Realizada a assistência, deverá renunciar ao amor, deverá deixá-lo.
5° DESAPARECER. É essencial. Não deverá permanecer ligação alguma. O beneficiado não saberá quem o auxiliou; saberá somente que alguém, um homem - um anjo – assistiu-o. Lohengrin tem de ir embora, ao dizer seu nome.
Nenhum comentário:
Postar um comentário