Baseada numa lenda que ouvi há algum tempo.
Boa Leitura!
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Capítulo 1 - Capítulo Único
Dívidas do Passado
Na pequena e tranqüila Vila Oberriet a noite estava fria e escura. Era a primeira noite de lua cheia, e tudo parecia transcorrer quando por volta das 3:00 da manhã, uma explosão assustou os moradores de algumas ruas da cidade. O espanto foi geral quando eles saíram de suas casas para conferir o que houve e não encontraram absolutamente nada, estava aparentemente tudo normal. Todos se entreolharam e voltaram para as suas respectivas casas.
Pela manhã, os comentários sobre o ocorrido na madrugada, mas ninguém conseguia encontrar uma explicação plausível. O velho senhor Robert Heinzer olhava todo aquele alvoroço quando um menino de mais ou menos 11 anos se aproximou.
- Bom Dia senhor Heinzer, o senhor sabe o que aconteceu ontem? – perguntou o jovem Christian.
- Não. O que aconteceu?
- O senhor não ouviu o barulho? Eu estava dormindo e acordei com uma explosão, meu pai saiu para ver o que houve e quando voltou, perguntei o que houve, e ele disse nada. Ele entrou no quarto e começou a falar com a minha mãe, então eu ouvi quando ele disse que não tinha nenhuma explosão, mas que todos ouviram o barulho.
- Uma explosão... eu não sei de nada garoto, pode ir brincar com seus amigos. – o garoto concordou, enquanto o ancião ficou pensativo.
Na madrugada do dia seguinte, por voltas das 3:00 da manhã, escuta-se novamente uma explosão, só que dessa vez em maior intensidade e haviam gritos de pavor. Dessa vez ninguém se atreveu a sair de casa, todos abriram as janelas e, novamente, tudo normal. O medo tomou conta daqueles moradores e, quando amanheceu Michael, pai de Christian foi falar com Robert.
- Você sabe o que está acontecendo. – afirmou Michael.
- Por que eu saberia?
- Não seja cínico, você sabe o que está acontecendo. Fale!
- Eu não sei.
- Seu velho miserável, se não vai dizer, eu descobrirei sozinho. – foi para casa e encontrou sua mulher Sophie.
- O que houve, você parece alterado.
- Aquele desgraçado do Robert sabe de alguma coisa e não quer dizer. Mas eu vou ficar acordado na porta de casa hoje para descobrir o que está acontecendo.
E assim foi, Michael se preparou com uma garrafa térmica cheia de café para se manter disposto. No entanto, ele não resistiu e acabou dormindo e, quando deu 3:00 o barulho da explosão o acordou mas ele não conseguiu ver nada, só ouviu gritos de um homem em pânico e passos rápidos. Ele ficou ali esperando ver alguma coisa, mas voltou a adormecer. Foi acordado por Robert.
- O que faz aqui esta hora? – perguntou o velho.
- Simplesmente tentando entender esse fenômeno. Por que não me conta o que acontece?
- Eu vou contarei o que sei, não sei se pode ajudar muito, mas... – Michael o convidou a entrar e lhe serviu café. – Bem, há muito tempo atrás, dizem que nesta cidade foi encontrada uma bruxa que lançou uma maldição.
1565
Anne Grasser estava comprando algumas coisas para seus feitiços. Sempre que saia, tentava não demonstrar o que era, principalmente porque os caçadores de bruxa estão em toda a parte, mas muitos desconfiavam. Já tinha ouvido algumas histórias sobre parentes suas que se espalharam pelo país que foram queimadas vivas ou enforcadas.
Os boatos sobre Anne tornaram-se cada vez mais intensos. Tudo era uma questão de status, aqueles que denunciavam bruxas para o tribunal recebiam privilégios da igreja. Sabendo das suspeitas, ela já havia preparado algumas magias para se defender. Logo os caçadores invadiram sua casa.
- O que querem aqui? – perguntou demonstrando que não iria se entregar tão facilmente.
- Você virá conosco bruxa, será julgada no tribunal. – Anne sabia como funcionava esses julgamentos, ela teria que ser mais pesada que uma bíblia gigante. Sabendo que seria condenada, agilmente derramou um vidro que estava na prateleira no chão. O líquido que estava no vidro começou a evaporar e formar uma espécie de fumaça, que a permitiu fugir, pegos de surpresa os homens não conseguiam enxergar nada. – Vocês não vão me pegar! – gritou enquanto fugia desesperada. Os caçadores se recuperaram e logo estavam perseguindo a mulher gritando para a população.
- Bruxa à solta! Peguem-na! – gritavam e a população ensandecida se armou com pedras e paus e uma multidão perseguia a bruxa.
Anne conseguia despistar os homens correndo por entre os becos da pequena vila. Os gritos das pessoas chamaram a atenção do juiz que estava na vila, que, sob escolta de alguns guardas, montou em seu cavalo e foi até a multidão.
A bruxa continuava a correr até se deparar com um beco sem saída, não conseguia pensar em nada e, observou os homens se aproximarem e várias pessoas prontas para atirar pedras.
- Não se aproximem, vão se arrepender. – as pessoas começaram a rir enquanto jogavam as pedras. De repente o tumulto foi interrompido pela chegada do juiz Hanz Koln.
- Abram espaço para a sua Excelência. – gritava um dos guardas. A população obedeceu e o juiz ficou de frente para Anne, podendo observar os vários machucados ocasionados pelas pedradas.
- Não haverá necessidade de um julgamento, sua atitude já diz que você é uma bruxa e merece uma severa punição. – disse ele demonstrando toda raiva que tinha.
- Você ainda irá me pedir perdão pelo que está fazendo, gerações vão se passar, mas sua alma nunca descansará em paz e você irá sofrer da mesma forma que eu sofro, até o momento em que se ajoelhar aos meus pés e me pedir perdão. Que se cumpra! – ela começou a falar um dialeto como se estivesse possuída olhando com ódio para o juiz.
- Levem essa herege daqui, você já sabem a punição dela. – ordenou Hanz. Os guardas a levaram até a pequena praça da cidade, montaram tudo o que era preciso, prenderam a mulher a atearam fogo à ela. Alguns não conseguiam ver aquilo, outros observavam e gritavam “Arda na fogueira sua bruxa!”, o juiz olhava tudo sem demonstrar nenhum tipo de sentimento. Anne sentia o fogo consumi-la e virou seus olhos para Hanz, soltou um sorriso assustador e, antes de morrer disse:
- Aquele que ordena a morte, verá a morte na sua frente.
- Aquelas foram as últimas palavras de Anne Grasser, que os mais velhos consideravam uma maldição lançada ao juiz.
- E a maldição se cumpriu?
- Dizem que toda vez que a alma do juiz encarna em alguém, ela o acha e o mata da mesma forma que foi morta. – bebericou seu café – Dizem que a última vez em que se encontraram, um homem que trabalhava na velha indústria aqui da cidade se desconcentrou um segundo e isso foi suficiente para uma explosão. A maioria das pessoas que estavam lá conseguiram sair, mas o homem saiu da fábrica correndo e pegando fogo, ele gritava, mas não foi suficiente para salvá-lo. Algumas testemunhas contam que havia uma velha lá e que quando ele a viu... aconteceu. A polícia que investigava na época descartou essa hipótese porque não foi achado nenhum corpo de alguma mulher velha.
- Seria ele então a reencarnação do juiz? – perguntou Michael incrédulo.
- Você acredita em reencarnação, Michael? – perguntou o velho homem com um olhar enigmático. – Sendo verdade ou não, houveram vários relatos de pessoas que morreram carbonizadas nessa cidade.
- Essa história é tão absurda que pode até ser verdade. Mas por que eu não vejo nada, por que eu apenas ouço?
- Apenas o juiz é capaz de ver a cena, portanto enquanto você estiver apenas ouvindo tudo bem, o problema é ver a cena.
- O que acontece com quem vê a cena?
- Acho que já vou indo, já lhe contei tudo o que sei. – se levantou acompanhado por Michael.
- Você ajudou bastante, mas eu vou continuar esperando para ver o que realmente acontece.
- Boa sorte então. – saiu da casa.
Novamente Michael decidiu esperar aquele barulho, mas dessa vez não iria dormir, tinha que entender se o que Robert havia falado era verdade ou não. A noite estava mais fria que o normal, não haviam estrelas no céu e os moradores já tinham ido dormir. Estava realmente uma noite bem estranha.
Quando deu 3:00 as luzes se apagaram, o medo se apossou dele, novamente o barulho, seguido dos gritos e dos passos apressados, as pessoas nem mais abriam as janelas para ver o que ocorria, agora estava sozinho. No meio daquela escuridão, ele olhou algo pegando fogo, as labaredas eram altas e de lá saiu correndo um homem completamente em chamas vindo em sua direção. Michael se desesperou, virou-se para ver se algum vizinho tinha acordado, mas parecia que ninguém tinha ouvido, e se ouviu preferiu fingir que não. Quando virou-se, o homem já estava agonizando na sua frente e ele ficou paralisado pelo susto.
- Peça perdão pelo que fez agora! – ele gritava – Ajoelhe-se e peça perdão! – o fantasma agarrou um dos braços de Michael e continuava gritando. – Você só sobreviverá se pedir perdão.
- Me desculpe, mas eu não sou quem você pensa, me solte por favor!. – estava tão assustado que mal conseguia se mexer e, quando sentiu que seu corpo começava a pegar fogo também era ele quem estava a gritar, tanto de pavor quanto da dor que as queimaduras provocavam, mas ninguém parecia ouvir para ajudá-lo.
- Que se cumpra! – o fogo se alastrou rapidamente pelo corpo de Michael e, em poucos segundos ele estava carbonizado jogado no chão. No mesmo instante as labaredas cessaram e tudo estava em perfeita ordem, como se não tivesse acontecido absolutamente nada.
Pela manhã, como de costume, Robert era sempre um dos primeiros a acordar na cidade. Quando saiu de sua casa, observou aquele cadáver e, mesmo a pessoa estando praticamente irreconhecível, ele sabia que era Michael. Ficou parado um tempo olhando o homem de longe, quando se aproximou do corpo, agachou e sussurrou em seu ouvido.
- O destino se cumpriu Hanz. Eu avisei, era só você ter-me pedido perdão. Não importa aonde vá, eu sempre vou achá-lo e matá-lo, até que me dê o que eu quero. – saiu satisfeito, enquanto ouvia os gritos da mulher e do filho ao encontrar o corpo de Michael.
Na pequena e tranqüila Vila Oberriet a noite estava fria e escura. Era a primeira noite de lua cheia, e tudo parecia transcorrer quando por volta das 3:00 da manhã, uma explosão assustou os moradores de algumas ruas da cidade. O espanto foi geral quando eles saíram de suas casas para conferir o que houve e não encontraram absolutamente nada, estava aparentemente tudo normal. Todos se entreolharam e voltaram para as suas respectivas casas.
Pela manhã, os comentários sobre o ocorrido na madrugada, mas ninguém conseguia encontrar uma explicação plausível. O velho senhor Robert Heinzer olhava todo aquele alvoroço quando um menino de mais ou menos 11 anos se aproximou.
- Bom Dia senhor Heinzer, o senhor sabe o que aconteceu ontem? – perguntou o jovem Christian.
- Não. O que aconteceu?
- O senhor não ouviu o barulho? Eu estava dormindo e acordei com uma explosão, meu pai saiu para ver o que houve e quando voltou, perguntei o que houve, e ele disse nada. Ele entrou no quarto e começou a falar com a minha mãe, então eu ouvi quando ele disse que não tinha nenhuma explosão, mas que todos ouviram o barulho.
- Uma explosão... eu não sei de nada garoto, pode ir brincar com seus amigos. – o garoto concordou, enquanto o ancião ficou pensativo.
Na madrugada do dia seguinte, por voltas das 3:00 da manhã, escuta-se novamente uma explosão, só que dessa vez em maior intensidade e haviam gritos de pavor. Dessa vez ninguém se atreveu a sair de casa, todos abriram as janelas e, novamente, tudo normal. O medo tomou conta daqueles moradores e, quando amanheceu Michael, pai de Christian foi falar com Robert.
- Você sabe o que está acontecendo. – afirmou Michael.
- Por que eu saberia?
- Não seja cínico, você sabe o que está acontecendo. Fale!
- Eu não sei.
- Seu velho miserável, se não vai dizer, eu descobrirei sozinho. – foi para casa e encontrou sua mulher Sophie.
- O que houve, você parece alterado.
- Aquele desgraçado do Robert sabe de alguma coisa e não quer dizer. Mas eu vou ficar acordado na porta de casa hoje para descobrir o que está acontecendo.
E assim foi, Michael se preparou com uma garrafa térmica cheia de café para se manter disposto. No entanto, ele não resistiu e acabou dormindo e, quando deu 3:00 o barulho da explosão o acordou mas ele não conseguiu ver nada, só ouviu gritos de um homem em pânico e passos rápidos. Ele ficou ali esperando ver alguma coisa, mas voltou a adormecer. Foi acordado por Robert.
- O que faz aqui esta hora? – perguntou o velho.
- Simplesmente tentando entender esse fenômeno. Por que não me conta o que acontece?
- Eu vou contarei o que sei, não sei se pode ajudar muito, mas... – Michael o convidou a entrar e lhe serviu café. – Bem, há muito tempo atrás, dizem que nesta cidade foi encontrada uma bruxa que lançou uma maldição.
1565
Anne Grasser estava comprando algumas coisas para seus feitiços. Sempre que saia, tentava não demonstrar o que era, principalmente porque os caçadores de bruxa estão em toda a parte, mas muitos desconfiavam. Já tinha ouvido algumas histórias sobre parentes suas que se espalharam pelo país que foram queimadas vivas ou enforcadas.
Os boatos sobre Anne tornaram-se cada vez mais intensos. Tudo era uma questão de status, aqueles que denunciavam bruxas para o tribunal recebiam privilégios da igreja. Sabendo das suspeitas, ela já havia preparado algumas magias para se defender. Logo os caçadores invadiram sua casa.
- O que querem aqui? – perguntou demonstrando que não iria se entregar tão facilmente.
- Você virá conosco bruxa, será julgada no tribunal. – Anne sabia como funcionava esses julgamentos, ela teria que ser mais pesada que uma bíblia gigante. Sabendo que seria condenada, agilmente derramou um vidro que estava na prateleira no chão. O líquido que estava no vidro começou a evaporar e formar uma espécie de fumaça, que a permitiu fugir, pegos de surpresa os homens não conseguiam enxergar nada. – Vocês não vão me pegar! – gritou enquanto fugia desesperada. Os caçadores se recuperaram e logo estavam perseguindo a mulher gritando para a população.
- Bruxa à solta! Peguem-na! – gritavam e a população ensandecida se armou com pedras e paus e uma multidão perseguia a bruxa.
Anne conseguia despistar os homens correndo por entre os becos da pequena vila. Os gritos das pessoas chamaram a atenção do juiz que estava na vila, que, sob escolta de alguns guardas, montou em seu cavalo e foi até a multidão.
A bruxa continuava a correr até se deparar com um beco sem saída, não conseguia pensar em nada e, observou os homens se aproximarem e várias pessoas prontas para atirar pedras.
- Não se aproximem, vão se arrepender. – as pessoas começaram a rir enquanto jogavam as pedras. De repente o tumulto foi interrompido pela chegada do juiz Hanz Koln.
- Abram espaço para a sua Excelência. – gritava um dos guardas. A população obedeceu e o juiz ficou de frente para Anne, podendo observar os vários machucados ocasionados pelas pedradas.
- Não haverá necessidade de um julgamento, sua atitude já diz que você é uma bruxa e merece uma severa punição. – disse ele demonstrando toda raiva que tinha.
- Você ainda irá me pedir perdão pelo que está fazendo, gerações vão se passar, mas sua alma nunca descansará em paz e você irá sofrer da mesma forma que eu sofro, até o momento em que se ajoelhar aos meus pés e me pedir perdão. Que se cumpra! – ela começou a falar um dialeto como se estivesse possuída olhando com ódio para o juiz.
- Levem essa herege daqui, você já sabem a punição dela. – ordenou Hanz. Os guardas a levaram até a pequena praça da cidade, montaram tudo o que era preciso, prenderam a mulher a atearam fogo à ela. Alguns não conseguiam ver aquilo, outros observavam e gritavam “Arda na fogueira sua bruxa!”, o juiz olhava tudo sem demonstrar nenhum tipo de sentimento. Anne sentia o fogo consumi-la e virou seus olhos para Hanz, soltou um sorriso assustador e, antes de morrer disse:
- Aquele que ordena a morte, verá a morte na sua frente.
- Aquelas foram as últimas palavras de Anne Grasser, que os mais velhos consideravam uma maldição lançada ao juiz.
- E a maldição se cumpriu?
- Dizem que toda vez que a alma do juiz encarna em alguém, ela o acha e o mata da mesma forma que foi morta. – bebericou seu café – Dizem que a última vez em que se encontraram, um homem que trabalhava na velha indústria aqui da cidade se desconcentrou um segundo e isso foi suficiente para uma explosão. A maioria das pessoas que estavam lá conseguiram sair, mas o homem saiu da fábrica correndo e pegando fogo, ele gritava, mas não foi suficiente para salvá-lo. Algumas testemunhas contam que havia uma velha lá e que quando ele a viu... aconteceu. A polícia que investigava na época descartou essa hipótese porque não foi achado nenhum corpo de alguma mulher velha.
- Seria ele então a reencarnação do juiz? – perguntou Michael incrédulo.
- Você acredita em reencarnação, Michael? – perguntou o velho homem com um olhar enigmático. – Sendo verdade ou não, houveram vários relatos de pessoas que morreram carbonizadas nessa cidade.
- Essa história é tão absurda que pode até ser verdade. Mas por que eu não vejo nada, por que eu apenas ouço?
- Apenas o juiz é capaz de ver a cena, portanto enquanto você estiver apenas ouvindo tudo bem, o problema é ver a cena.
- O que acontece com quem vê a cena?
- Acho que já vou indo, já lhe contei tudo o que sei. – se levantou acompanhado por Michael.
- Você ajudou bastante, mas eu vou continuar esperando para ver o que realmente acontece.
- Boa sorte então. – saiu da casa.
Novamente Michael decidiu esperar aquele barulho, mas dessa vez não iria dormir, tinha que entender se o que Robert havia falado era verdade ou não. A noite estava mais fria que o normal, não haviam estrelas no céu e os moradores já tinham ido dormir. Estava realmente uma noite bem estranha.
Quando deu 3:00 as luzes se apagaram, o medo se apossou dele, novamente o barulho, seguido dos gritos e dos passos apressados, as pessoas nem mais abriam as janelas para ver o que ocorria, agora estava sozinho. No meio daquela escuridão, ele olhou algo pegando fogo, as labaredas eram altas e de lá saiu correndo um homem completamente em chamas vindo em sua direção. Michael se desesperou, virou-se para ver se algum vizinho tinha acordado, mas parecia que ninguém tinha ouvido, e se ouviu preferiu fingir que não. Quando virou-se, o homem já estava agonizando na sua frente e ele ficou paralisado pelo susto.
- Peça perdão pelo que fez agora! – ele gritava – Ajoelhe-se e peça perdão! – o fantasma agarrou um dos braços de Michael e continuava gritando. – Você só sobreviverá se pedir perdão.
- Me desculpe, mas eu não sou quem você pensa, me solte por favor!. – estava tão assustado que mal conseguia se mexer e, quando sentiu que seu corpo começava a pegar fogo também era ele quem estava a gritar, tanto de pavor quanto da dor que as queimaduras provocavam, mas ninguém parecia ouvir para ajudá-lo.
- Que se cumpra! – o fogo se alastrou rapidamente pelo corpo de Michael e, em poucos segundos ele estava carbonizado jogado no chão. No mesmo instante as labaredas cessaram e tudo estava em perfeita ordem, como se não tivesse acontecido absolutamente nada.
Pela manhã, como de costume, Robert era sempre um dos primeiros a acordar na cidade. Quando saiu de sua casa, observou aquele cadáver e, mesmo a pessoa estando praticamente irreconhecível, ele sabia que era Michael. Ficou parado um tempo olhando o homem de longe, quando se aproximou do corpo, agachou e sussurrou em seu ouvido.
- O destino se cumpriu Hanz. Eu avisei, era só você ter-me pedido perdão. Não importa aonde vá, eu sempre vou achá-lo e matá-lo, até que me dê o que eu quero. – saiu satisfeito, enquanto ouvia os gritos da mulher e do filho ao encontrar o corpo de Michael.
Notas Finais
Que tal?
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